Investigação dos mecanismos de morte de neurônios dopaminérgicos da substância negra pars compacta em modelos animais da doença de Parkinson

Exposições agudas e subcrônicas de camundongos e primatas ao MPTP resultam invariavelmente em morte de neurônios dopaminérgicos então residentes na via nigroestriatal (Eidelberg et al., 1986). Esse tipo de modelo animal, por sua vez, possui como característica provocar a perda neuronal de maneira abrupta, e que eventualmente acarreta numa recuperação do sistema dopaminérgico ao longo do tempo (Petroske et al., 2001). Nesse sentido, observa-se a existência de um paradigma no âmbito da exposição prolongada ou crônica do animal à neurotoxina, que podem produzir efeitos a longo prazo e de natureza progressiva, em relação a morte dos neurônios dopaminérgicos nigroestriatais (Petroske et al., 2001; Meredith et al., 2002). Devido ao caráter crônico e progressivo da DP, é desejável que modelos animais apresentem como característica principal a capacidade de replicar a perda de neurônios dopaminérgicos nigroestriatais, também de forma crônica e progressiva (Drolet et al., 2004). Baseado nesses paradigmas experimentais, o projeto tem por objetivo investigar os eventos de morte neuronal desencadeados por modelos animais, permitindo uma maior compreensão sobre a plasticidade do sistema dopaminérgico. Dessa forma diferentes intervenções farmacológicas poderão ser testadas no intuito de se refrear os eventos neurodegenerativos.

Palavras-chave: Sistema dopaminérgico; doença de parkinson; modelos animais; morte neuronal; neuroproteção.

Investigação dos mecanismos de reciprocidade entre o sistema dopaminérgico e o núcleo pedunculopontino na regulação do sono

Os mecanismos de regulação do sono envolvem uma gama bastante distinta de sistemas neurais que regem uma seqüência de eventos moleculares (expressão gênica e síntese protéica), eletrofisiológicos (disparo de potenciais de ação), neuroquímicos (liberação de neurotransmissores), e comportamentais (sonolência ou despertar) que geram como produto final a vigília ou o sono e seus diferentes estágios. Dentre as principais estruturas responsáveis por esse controle destaca-se o núcleo pedunculopontino (NPP), localizado na região rostral do tronco encefálico, que por sua vez é uma região populada por um grupo de neurônios colinérgicos (Mesulam et al., 1983) que se projetam até o tálamo, modulando a ativação cortical, no que é chamado sistema ativador reticular ascendente (SARA) (Steriade et al., 1993). Além disso, o NPP é considerado um elemento crucial na geração e manutenção dos ritmos rápidos no córtex, associados com o estado de alerta e com o sono REM/paradoxal. Não obstante a regulação do ciclo vigília-sono, o NPP encontra-se envolvido no controle dos movimentos voluntários, constituindo a parte central da região mesencefálica motora (Skinner and Garcia-Rill. 1984).

Palavras-chave: neurobiologia do sono; doença de parkinson; núcleo pedúnculopontino; sistema dopaminérgico; privação de sono.

Investigação de biomarcadores precoces na doença de Parkinson relacionados aos distúrbios de sono, olfatórios, oculomotores e de metabolismo de neurotransmissores

Essa linha de pesquisa tem por objetivo mapear os possíveis biomarcadores prodrômicos da doença de Parkinson associados aos prejuízos de sono, de detecção olfatória, prejuízos oculomotores e mesmo relacionados à alterações de metabolismo de neurotransmissores. Embora haja um aumento considerável de estudos na literatura que abordam as alterações pré-motoras na doença de Parkinson ainda há uma grande carência de evidências relacionando-os tanto do ponto de vista neurobiológico quanto para fomentar novas estratégias de diagnóstico precoce mais eficientes. Considera-se haver um grande potencial de inovação nessa linha de pesquisa, uma vez que ela dedica-se ao desenvolvimento de novas ferramentas diagnósticas para a doença de Parkinson.

Palavras-chave: doença de parkinson; neurobiologia do sono; metaboloma; distúrbios oculomotores; distúrbios olfatórios.